O que apreender com o ecossistema empreendedor de Israel

Israel é um exemplo de nação, de povo religioso e firmes em suas convicções, sejam espirituais, políticas, empresariais e de relações com os outros países. Uma grande questão que esse pequeno país possui com seus vizinhos é a briga por terras.

Estive agora em novembro de 2017 nessa terra santa para tantas religiões, observei muita coisa sobre o costume, a maneira de viver, de trabalhar, de disciplina e o cuidado com a segurança de todos que estão lá, que chegam e que saem da nação onde Jesus Cristo nasceu, viveu e foi morto.

Uma das coisas que fiquei mais impressionado foi que a nação onde Jesus Cristo nasceu, viveu e morreu só tem 2,1% de cristãos, como mostra a tabela abaixo:

Religião em Israel (2006)[1]
 
ReligiãoPorcentagem
Judaísmo75,4%
Islamismo16,9%
Sem religião4%
Cristianismo2,1%
Drusos1,7%

 

Muitos podem perguntar: o que tem haver religião com empreendedorismo? Ou com negócios? Ou com empresas e startups? Lá em Israel tem muitas relações, por que diferentemente do Brasil, Israel não é um Estado laico. Lá as religiões fazem parte do Aparelho do Estado explicitamente, e não sorrateiramente como acontece aqui no Brasil. Aqui no Brasil as religiões não fazem parte abertamente do Estado nacional, mas essas religiões são representadas e impõem seus interesses e projetos, porque elegem deputados, senadores, prefeitos, vereadores, governadores e demais governantes que dirigem a Máquina estatal.

Israel está dando exemplo ao mundo sobre seu Ecossistema Empreendedor, que começou há muitos anos atrás com as irrigações em terras desérticas, que alcançam produtividades extraordinárias. Eu presenciei plantações no deserto que são impressionantes. A maioria das plantações com estufas, que protege do sol, das tempestades de areia e das geadas. Por terem água escassa como nós do Nordeste brasileiro, plantam culturas de alto poder aquisitivo para exportação e com um padrão de qualidade inigualável.

Nós começamos nossa viagem por Tel Aviv. Muitos pensam que Tel Aviv é a capital de Israel, como eu pensava, mas a capital de Israel é Jerusalém. Tel Aviv é uma cidade moderna, que apesar de ser pequena (405.000 habitantes em 2011), lidera uma área metropolitana de quase 4 milhões de habitantes. Por ser uma cidade moderna, construída a partir de 1909, tem todas as características das metrópoles ocidentais.

Foi com essa tendência para o novo que Tel Aviv mantém um ecossistema de startups de base tecnológica, abriga as maiores multinacionais do ramo da Tecnologia da Informação e Comunicação, além de ter parcerias com as Universidades, Incubadoras de Empresas e Entidades fomentadoras e financiadoras de negócios. O governo, por seu turno, ainda se preocupa e incentiva toda a cadeia de empreendedores, para facilitar e induzir os avanços tecnológicos.

O turismo é outro modelo de negócios que dar certo em Israel. As cidades são lotadas de turistas, a maioria do povo fala Hebraico, Árabe e, principalmente, o Inglês. Obviamente tudo gira em torno mais do turismo religioso, mas os outros tipos de viagens, com outros fins, agregam valor à indústria do turismo. O país possui uma rede de hotéis de boa qualidade e a segurança é uma máxima em todos os sentidos. Eles são especialistas em segurança. Tudo gira em torno da segurança máxima para todas as pessoas.

A cidade Sagrada JERUSALÉM é a capital do país e todos os que tem a oportunidade de pisar aquele solo se emociona. É uma energia muito forte e milenar. Lá convivem pessoas de todas as etnias, religiões, cores, opções de vida e a gente respira História. O custo de vida é muito alto, comparando com nosso Brasil, mas em termos de segurança nós perdemos feio. No Brasil vivemos numa guerra disfarçada, pois os números de homicídios, acidentes, roubos, tráfico e consumo de drogas e outras mazelas modernas, superam qualquer país, inclusive aqueles que estão com guerras declaradas.

A maior lição que tive sobre empreendedorismo em Israel foi a religião e o Exército. Lá todas as pessoas são obrigadas a servir o Exército, homens e mulheres, e depois que servem o Exército são obrigadas a voltar, todos os anos, o homem 3 meses por ano e a mulher cerca de 1 a 2 meses por ano. Isso faz com que as pessoas se atualizem em termos de uso de armamentos, mas também sobre tecnologias, reencontro com amizades de outras épocas e várias startups surgem desses retornos ao convívio militar. No Exército as pessoas adquirem a disciplina necessária para gerir ou trabalhar nas empresas com consciência que estão dando o máximo de si mesmas e que estão contribuindo para o sucesso de suas vidas e de seu país. Este é um belo exemplo!

Contador Prof. Dr. João F. de Lavor

[1] https://pt.wikipedia.org/wiki/Religi%C3%A3o_em_Israel acessado em 04.12.2017

João Lavor

Contador Prof. Dr. João F. de Lavor – Life Coach, Doutor em Educação, Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente, Contador e Pedagogo.

Website: http://www.joaolavor.com.br

    1 Comment

    1. Marcelo Lovato

      Boa tarde Sr. Joao!
      Gostei muito de sua matéria sobre a Terra Santa!
      O Senhor como contador poderia me ajudar com a abertura de uma empresa em Israel?
      Procuro por esta ajuda!
      Aguardo!
      Deus o abençoe!

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